Era um espaço enorme para onde se descarregavam as batatas, apanhadas no início do verão.
No inverno, “frequentavam-no” várias trabalhadoras, que escolhiam as batatas melhores para a próxima sementeira, tirando os grelos de outras para melhor conservação , para a alimentação. Era um trabalho penoso... recordo as mulheres, normalmente vizinhas e amigas, com as mãos enregeladas a enroscá-las em xailes escuros já puídos pelo uso e pelo tempo. No verão cheio de maçãs malápias, era o escape das raparigas, que no árduo trabalho das malhas, cansadas e sedentas, se deliciavam com estas maçãs sumarentas.
Tinha acesso pela loja da égua e no limite virado para o quintal (curral), estendia-se por uma varanda, onde se arrumavam alfaias agrícolas. Esta varanda servia também, “em outros tempos”, como espaço teatral -palco- de pequenas peças de teatro de cordel, a que assistiam as pessoas do povo. O camarim era no palheiro!
Ficou sempre conhecido como esterlóquio.